Vencer o ciclo da história

A história é cíclica. Isto é sabido. E o futebol não é exceção. A história repete-se, e até agora o Portimonense não tem fugido à regra. Uma longa travessia no deserto (não que o período ente 1914 e 1976 se possa comparar ao tempo passado ente 1990 e 2010), uma curta passagem na Primeira Liga (1976-1978 / 2010-2011) seguido de um título da Segunda Liga e um período de relativa estabilidade (10 anos na década de 80 que não se comparam aos 3 vividos atualmente, sendo que, com certeza, o objetivo é ficar durante muitos anos na Primeira Liga).
Mas será o ciclo quebrável? Vamos ver o caso do SC Braga, que nos últimos anos tem se consolidado como a 4ª potência nacional. O SC Braga nem sempre foi esta equipa dominante e forte. O SC Braga já desceu de divisão, já lutou por manutenções e meio da tabela. Será que o SC Braga saiu do ciclo? Fica difícil imaginar o SC Braga a descer de divisão, ou em outras lutas que não seja o top 5 para a frente. Mas a mesma conversa talvez se pudesse adaptar ao Boavista FC, há 20 anos.
Conseguirá o Portimonense tornar-se um SC Braga e ser um clube estável na maior divisão do futebol português? Conseguirá o Portimonense reescrever as maiores alegrias da sua história?
Recordar que depois da ida à Taça UEFA foram precisos (apenas) 5 anos para a pior época da história. Conseguirá o Portimonense num futuro próximo repetir a história? Contrariar e conseguir estabilidade mesmo depois do pico? Nunca mais voltar às competições europeias? Tornar-se uma quarta ou quinta potência nacional? Levantar Taças? Ou irá o Portimonense passar mais 60 anos nas competições inferiores? Descer a pico como o rival, SC Farense, até às distritais? Conseguirá reerguer-se após esta queda?
Outra questão: quem me saberá responder às perguntas acima?
Neste momento o Portimonense apresenta um projeto ambicioso, pelo menos no discurso “disputar competições europeias em 3/4 anos”. Também pelo contexto da presença da SAD no clube. Com certeza não seja do interesse dos investidores a descida de divisão e a perda de possíveis retornos. Mas estaremos efetivamente a trabalhar para os nossos desejos? Aparecerá algum Cadorin vindo do Brasil, ou um Getov japonês para ser um herói da nossa história?
O desejo dos adeptos é claro: em vida, ou após o nosso falecimento, queremos todos o Portimonense no ponto mais alto possível.