Já são conhecidas as datas dos jogos do Portimonense até ao final da 1a volta da Liga Nos.
15a Jornada – 24/1 (domingo): Moreirense/PSC – 17:30h
16a Jornada – 30/1 (sábado): PSC/Boavista – 20:30h
17a Jornada – 4/2 (5a feira): Sp. Braga/PSC – 21 horas
A equipa do Portimonense Sporting Clube, que joga na 2a Divisão Distrital da AF. Algarve, encontra-se sem competir, devido à suspensão das provas por causa da pandemia.
Depois das derrotas nos últimos dois jogos realizados, com o Internacional de Almancil (1-2) e a União Sambrazense (0-2), o Portimonense quer muito corrigir esses resultados menos positivos, pelo que todos ansiamos pelo retorno do campeonato.
Acreditamos que os nossos rapazes vão fazer uma boa prova e conseguir mais vitórias do que derrotas!
Força rapazes! Força Portimonense Sporting Clube!
O jogo Portimonense/Boavista, da 4ª jornada da 2a fase – Apuramento da Taça Revelação, que devia ter lugar amanhã, foi adiado devido a um surto de covid-19 detetado na equipa de sub-23 dos axadrezados.
O clube portuense explica em comunicado que foram identificados sete casos positivos no grupo, entre jogadores e staff.
Não há ainda uma data marcada para a realização da partida.
Os sub-23 voltam a competir na próxima 4a feira, 27 de Janeiro, defrontando o Benfica, no Seixal.
O jogo entre o Portimonense e o Futsal Azeméis, referente à 19ª Jornada da Liga Placard, foi adiado face a problemas relacionados com o Covid-19 na equipa de Azeméis.
Para evitar que os clubes de futebol — que na sua generalidade são um património de utilidade pública e social ligados a uma vila, cidade ou região — se tornassem financeiramente insuportáveis, há uns anos foi decretado que apenas poderiam ser inscritas nos campeonatos profissionais de futebol as chamadas SADs (sociedades anónimas desportivas) ou SDUQs (sociedades desportivas unipessoais por quotas). Estas entidades, ainda que total ou parcialmente integradas pelos corpos administrativos dos clubes, são geridas e escrutinadas como empresas, libertando os clubes propriamente ditos para a sua missão social e para a gestão de modalidades menos populares, de formação ou amadoras.
As SADs são, porém, um pau de dois bicos. Quando o tão necessário investimento privado chega, muitas vezes vem com ele a perda de influência do próprio clube na SAD que criou. Essa perda de influência acaba por gerar, com natural frequência, divisões, quezílias e até, nos casos mais extremos, roturas, tal como aconteceu com o CF Os Belenenses.
Apesar do nosso caso não ser tão grave como o de Belém, encontramos no Portimonense uma situação semelhante em alguns aspectos. A Portimonense SAD afigura-se cada vez mais como um corpo estranho, gerando anticorpos nos adeptos alvinegros mais atentos. A sua constituição foi, na altura, um mal necessário. Talvez a única forma de manter o futebol profissional em Portimão. Mas sem injeção de capital, de pouco serviria. Esse capital chegou através do empresário Theodoro Fonseca que, graças a sucessivos investimentos, garante hoje 89% (!) das ações e assume a posição de acionista maioritário.
Sem necessidade de prestar contas aos sócios e adeptos e com total liberdade de gestão, é comum as SADs, focadas quase exclusivamente nos lucros e despesas inerentes a ter uma ou duas equipas profissionais de futebol, acabem por se desviar daquela que sempre foi a missão maior do clube: o seu papel social e de utilidade pública, a sua índole catalisadora e de promoção e valorização dos ativos do seu território. Neste aspeto, sempre que a SAD tentou aproximar-se das gentes de Portimão, os resultados não foram propriamente animadores.
Foram, aliás, cometidos alguns erros crassos em várias áreas. Na área desportiva, as negociatas suspeitas e a evidente ligação promíscua com o FC Porto. A forma como se deixaram escapar da estrutura ativos como Vítor Oliveira ou Rúben Fernandes. A inexistência de uma integração consistente dos jovens da formação (pelo menos os que apresentam sinais de qualidade) na equipa de sub-23 quando todos pensávamos que era para isso que servia a equipa de sub-23.
Na área do marketing e comunicação, slogans como “Somos Portimão, somos Algarve, somos Portimonense!” ou o clássico “Perder talvez, ganhar sempre, desistir nunca!” pouco ou nada ressoam nos adeptos alvinegros. A inaptidão com que se comunica com os adeptos nas redes sociais. Não vale a pena puxar pelos adeptos na internet quando na prática se continua a fazer ouvidos moucos daquilo que os adeptos dizem. Ninguém mais que os adeptos quer a prosperidade do Portimonense, e isto é um facto!
Nada disto apaga os méritos que esta SAD teve, como é óbvio! São de louvar os esforços aplicados na renovação do centro de estágio dos Dois Irmãos, as obras de melhoramento do Portimão Estádio, a aquisição de dois novos autocarros bem como alguns plantéis competitivos que permitiram dignificar o Portimonense e a cidade de Portimão. Mais recentemente, a homenagem a Vítor Oliveira, que resultou num belo mural junto à porta 0 do estádio, merece a gratidão de todos. Mas uma entidade com este nível de responsabilidade não pode satisfazer-se com uma no cravo e outra na ferradura. Não pode ter o mesmo número de méritos e de erros, até porque um mérito não apaga um erro! À SAD não deve ser exigido nada menos que o melhor pois, apesar de na prática não o ser, representa para muitos bem mais que a si mesma.
O conflito é evidente: parece que quanto mais perto do sucesso está a SAD (mantendo-se na elite do futebol) mais distante se coloca da sua génese, da sua razão de ser. O futebol é um negócio, mas não basta capacidade financeira, é preciso também alguma sensibilidade para construir uma máquina de fazer dinheiro que ao mesmo tempo agrade a massa associativa, uma balança na qual a Portimonense SAD não tem conseguido manter o equilíbrio. Provavelmente faltará ao acionista maioritário rodear-se de verdadeiros adeptos do Portimonense, apaixonados e competentes, mas isso já é especulação nossa.
A equipa de futebol usa o nosso emblema, as nossas cores, o nosso estádio, mas nenhum adepto sente como seu aquele projeto. O distanciamento cavado aos portimonenses foi de tal ordem que a consequência natural só poderia ser o afastamento, a indiferença. Só os adeptos conseguem conferir às equipas aquilo que faz delas o que são: a mística, a identidade local, a história, os valores… Tudo conceitos que parecem escassear na Portimonense SAD. Jogam em Portimão mas podiam perfeitamente jogar numa outra cidade do Algarve ou noutra zona do país. Podia ser um Lagoa SAD ou Freixo de Espada à Cinta SAD. Trata-se de uma equipa que nos diz cada vez menos e que pouco ou nada tem de nossa.
Por muito que nos custe, apenas podemos ser espectadores deste filme. A SAD tem um proprietário e nós, sócios do clube mas sem uma única ação da SAD, não temos qualquer poder de decisão, nem tampouco nos é dado conhecimento das negociatas que vão sendo feitas. Este conceito de clube-empresa só gera frustração nos adeptos e dá um prazo de validade a este projeto. É uma questão de tempo até o poço secar e, como em todos os exemplos que nos precederam, quando a SAD deixar de dar lucro ao seu proprietário, fecha-se o ciclo, começa a míngua e caberá então aos adeptos — esses seres insuportáveis que só souberam criticar — erguer tudo de novo para, umas décadas depois, quando finalmente a casa estiver arrumada e o poço com água fresca, aparecer outro Theodoro qualquer.
São os ciclos do futebol moderno. O que não falta são exemplos disso: Farense, Estrela da Amadora, Chaves, Beira-Mar… Engane-se quem acha que em Portimão será diferente. Os clubes, tal como a própria vida, são feitos de ciclos, mas no fundo o que irá prevalecer são os adeptos, os fiéis, esses sim são a identidade do clube que nunca deixaremos de amar…
O Blog do Portimonense nasceu em 2006 da vontade de Pedro Miguel Custódio em fomentar um saudável intercâmbio de informação, história, opinião e paixão pelo clube que amamos, suprindo assim a lacuna que então existia. Com o tempo, outros membros se juntaram. Desde entrevistas a jogadores, dirigentes, iniciativas de cariz social, o BdP foi uma referência que uniu os alvi-negros e pôs clube e cidade de mãos dadas.
Após uma década de interregno, o projeto regressa em 2020 mais forte, maduro, atual e incisivo, desenvolvido voluntariamente de adeptos para adeptos.