Com a cabeça quente, assim que o jogo de ontem terminou, pensamentos como “ainda faltam mais 32 jogos disto” ou “vá lá que agora não podemos ir aos estádios, pois se é para ver isto mais vale ficar em casa” terão certamente passado pela cabeça de muitos adeptos do Portimonense. Ou então foi só a mim.
O que é certo é que, com a cabeça já mais fria, não é difícil reparar que o futebol que a equipa do Portimonense apresentou ontem no Estádio Cidade de Barcelos não é muito diferente daquele na época passada nos deixou no 17.º lugar do campeonato, o que entristece muito.
Quanto ao jogo propriamente dito, o Portimonense entrou em campo com apenas uma alteração face ao onze da primeira jornada: Júlio César ocupou o lugar de Anderson Oliveira. A equipa, no entanto, entrou novamente desligada do jogo e a mostrar fragilidades na fase de construção.
Com duas boas intervenções na primeira parte, o guardião Samuel ainda manteve a equipa na partida, mas quando, pouco antes do intervalo, Lucas Possignolo falha uma grande penalidade caída do céu (uma falta cavada por Fabrício mas que, na minha opinião, é inexistente), estava à vista que aquela tarde não traria nada de bom aos comandados de Paulo Sérgio.
O técnico, aliás, percebeu isso mesmo e ao intervalo mexeu na equipa, trocando ambos os extremos: Anderson Oliveira para o lugar de Júlio César e Boa Morte para o lugar de Welinton Júnior. Apesar de ter entrado mais agressiva para a segunda metade, uma falha na defesa de Willyan a meias com Fali permitiu que o Gil Vicente marcasse (aos 50’) e a partir daí o que já era mau ficou ainda pior.
O acerto posicional do Gil Vicente mostrou-se demasiado eficaz para os homens de Portimão. A entrada de Beto aos 59’ (troca por Pedro Sá) permitiu ganhar algum poderio físico na área e gerar algumas oportunidades de golo, mas mesmo assim não foi suficiente para alcançar o empate, que no reduto de um adversário direto e atendendo à forma como o Portimonense jogou, já não seria um mau resultado.
Aquilo que todos esperamos é que esta castigadora derrota seja uma chamada de atenção a quem de direito para as lacunas que urge suprir no plantel. O mercado está a poucos dias de encerrar e fazem falta reforços de qualidade, sob pena de, no final da época, não haver incumprimentos de SADs alheias que nos salvem da descida.
