A minha primeira vez
A minha primeira vez
Todos nós temos a nossa primeira vez. A primeira vez que vimos o Portimonense ao vivo.
A primeira vez que fomos ao Municipal, provavelmente, de mão dada pelo o avô, pai, tio ou simplesmente sozinhos. Porque muitas vezes é por iniciativa própria que se encontram os grandes amores.
A minha primeira vez foi na época 93/94. As poucas memórias que tenho é do bigode do treinador (Amilcar Fonseca) e de um nome que ecoava no estádio: Edinho. O avançado brasileiro que acabou por ser o melhor marcador da divisão da honra com 16 golos.
Queria muito me recordar do primeiro jogo.
Muitas vezes vou aos arquivos para auxílio da memória. Nada sai. Sei que fui pela mão do meu avô e pouco mais. E tenho uma explicação razoável para o caso.
Os miúdos de hoje em dia não sabem a magia que era ir ao Portimonense naqueles tempos. E nem falo propriamente do jogo em si. Falo do ringue, aquele onde jogavam muitos miúdos da formação, onde a lei era tudo ao molho e fé em Deus. E onde os sprints em direção às bancadas eram constantes quando se ouvia um bruahhh da malta mais sénior. Talvez com a esperança, em delay, de ver as repetições dos golos.
Gostava de ter uma primeira história encantada onde diria que senti o cheiro da relva do Municipal pela primeira vez que lá entrei. Não a tenho. Mas gosto muito da minha versão e da felicidade que tinha de ir ao Portimonense. Sempre aos Domingos à tarde. Como o futebol deveria sempre ser.
No dia onde o nosso Portimonense faz 106 anos, achei importante puxar pela minha e pela vossa memória.
Dos golaços do Rui Loja, do imponente Amilcar Delgado, dos remates do Hélder Clara, dos sprints do Humberto ao bigode vitorioso do Amilcar, da classe do Vado à azelhice do Silvain, da velocidade do Manuel do Carmo ao perfeccionismo do Márcio Theodoro, dos capitães Ruben e Pessoa ao loiro conotado de craque Edmilson, dos cruzamentos do Cavaco ao gigante Etulain, do Efigénia, Artur Jorge Vicente, Safu, Garavano, Pimenta entre muitos e muitos outros que ainda jogam no meu imaginário.
Parabéns meu Portimonense. E que continues sempre a habitar na minha memória enquanto crias novas emoções no presente construindo pontes para o futuro.
E agora digam-me. Como foi a vossa primeira vez?